quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Santa Claus

   24 de dezembro de 1990

   Querido Papai Noel, estou fazendo essa carta porque quero ganhar um brinquedo no natal, que vai ser amanhã, eu tenho 8 anos e me chamo João. Papai me disse que se eu fizesse essa cartinha pra você, eu ganharia o meu brinquedo já nesse natal. Então eu vim pedir um vídeo game pra mim jogar com os meus amigos. Eu tenho um amigo que tem um, e é muito legal, nós jogamos todos os dias. Ah! Se você puder, quando vim trazer o meu brinquedo e descer pela chaminé, coloca ele embaixo da árvore de natal, que minha mãe fez pra gente esperar você, nós colocamos umas meias pra você colocar seu doces. Aqui está nevando muito, então toma cuidado pra não escorregar. Eu queria muito te conhecer Papai Noel, meu pai fala todo dia de você e fala que se eu for uma boa criança vou ganhar o que eu pedir, por isso tenho me comportado todo dia, assim você não tem motivos pra não me dar não é mesmo? Então é isso, espero você com meu brinquedo aqui!
 Beijos, João

24 de dezembro de 2010

     Querido Papai Noel, estou fazendo essa carta mesmo sabendo que ela nunca chegará a você. Enfim, o natal já é amanhã, agora meus 8 anos se foram e aqui estou eu depois de 20 anos relembrando os velhos tempos. Meu pai não está mais aqui comigo, mas esse dia sempre me faz lembrar das coisas que ele me contava. Meu amigo que te falei, está aqui comigo, aliás estamos jogando vídeo game, mas como aquele que pedi pra você, infelizmente já estragou, compramos outro. Aliás só depois de anos, descobri que não foi você quem trouxe o meu presente de 8 anos. De qualquer forma, minha casa estará sempre  arrumada pra você, agora moro em apartamento, então acho que você vai ter que vim pelo elevador mesmo, pelo menos assim, a neve não irá atrapalhar. Agora quem enfeita minha casa, sou eu, minha mãe também não está mais aqui comigo, mas os enfeites ainda são como os dela. 
      No dia que eu fiz a sua carta, com 8 anos, eu sonhei com você, querendo ou não, eu te agradeço por ter me deixado te conhecer. Agradeço por deixar tantas crianças nesse espírito de natal, se não fosse por ele, esse dia passaria em branco e provavelmente não me comportaria tão bem não é mesmo? Haha. Então é isso, espero você de novo, dessa vez só com os doces mesmo.
    
Beijos, João


Ana Carolina Sardo
   

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Doce lembrança

     Não me preocupava com nada, era tão só, mas ao mesmo tempo tão cheia de amigos, era feliz independente da situação e minha tristeza era passageira, não durava ao menos algumas horas, ou sequer minutos. Apenas duas coisas me preocupavam: meus brinquedos e ficar perto dos meus pais. Recebia a atenção deles e independente do que fizesse de errado eles aceitavam, aliás qualquer pessoa aceitaria tudo que eu fizesse, poderiam até mesmo me admirar. Sem preocupações em relação aos estudos, sem ter que estudar toda hora ou escrever a ponto de cansar o braço, apenas a preocupação de fazer um desenho bonito que agradasse a professora. Todos me protegiam e me defendiam mesmo sabendo que estava fazendo algo errado. Os amigos não eram tão falsos, aliás nem tinha diferença entre amigo falso e verdadeiro, porque não era tão tola a ponto de confiar tanto em uma pessoa. Meus pais sempre faziam de tudo pra me agradar quando parecia triste, ou até mesmo chorando, já que era sempre  por causa de algum machucado ou algum desejo não realizado.
     Ainda não tinha descoberto o sofrimento de verdade, ou o amor tantas vezes necessário nessa vida, eu era apenas uma pessoa pequena, com uma enorme felicidade. Era tão legal ver meus amigos, brincar com bonecos e até mesmo de boneca sem que fosse julgada. A cada dia em que se comemorava presenteando as pessoas, pedia os brinquedos mais legais aos meus pais, as bonecas mais fofas ou os carrinhos mais modernos para colecioná-los.
    Ter milhares de ursos e cada um com um nome diferente, conversar com o urso considerando ele uma pessoa real, fazendo assim com que eu nunca me sentisse sozinha e sem que alguém acabe tirando sarro. Brincar de casinha, de professora, de veterinária, de lojinha, de médica e várias outras coisas em que a imaginação não teria limite. Assistir aos desenhos animados e sempre escolher algum personagem para eu e cada amiga fingir que fazia parte desse desenho.
    Sentir medo do escuro, ouvir histórias pra dormir, se impressionar com desenhos tão bobos, rir com coisas mínimas, mas sempre rir, sempre sorrir. Não me importar com que os outros achavam. Ser feliz, por saber só o lado bom da vida, não ter rotina onde a cada dia eu encontrava algo novo e diferente, a cada sorriso meu eu era admirada e a cada dente de leite arrancado eu era elogiada. Mas infelizmente nada é pra sempre como aprendemos nos contos de fadas.

Só uma doce lembrança, de quando eu era apenas uma inocente e pequena criança.

Ana Carolina Sardo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Perfeito

    Ser algo perfeito, com a vontade de se sentir bem mesmo longe de qualquer outra pessoa, o prazer de julgar os outros, sabendo que não vão achar nenhum defeito em você, de saber que nada que seja feito é errado, de ter tudo que tanto quer na quantidade que deseja. De ter uma vida perfeita em que nada que você não queira, não irá acontecer, em que tudo que você planeja dê certo, todas suas escolhas sejam certas. Onde não precise usar seus esforços pra se dar bem. De ser feliz o bastante pra dizer que tem a felicidade em mãos.
   Uma vida perfeita, onde tudo que você faz os outros sentirem, é retribuído de forma igual, em que o amor não dói de maneira tão absurda quando ausente, já que você nunca vai se sentir ausente, ao menos que queira. Em que ninguém reclama de você, ninguém se sente insatisfeito com seus atos e onde pode expressar suas opiniões sem que apareça anônimos contra. Onde os amigos são todos verdadeiros, estão sempre ao seu lado, serão sempre sinceros e concordaram com tudo que você fale. Uma vida em que você nunca irá cair, nunca irá tropeçar pelas escolhas erradas, onde você não precisa aprender, pois acha que já sabe tudo.
   Vida perfeita, uma vida que é tão desejada, mas tão ignorante e sem sentido, onde ninguém não passa de uma pessoa independente por completo, onde uma pessoa se passa mais por um boneco de fábrica, do que por alguém que realmente tem seus sentimentos expostos. Uma vida em que nunca se cai, em que as pessoas acabam nunca aprendendo com os erros, o que é algo que  chega a ser tão bom, errar, aprender, saber que depois de ter feito coisas erradas sem querer, você agora sabe como é o certo. Sentir o gosto de consertar tudo que foi feito. Sentir o gosto de se esforçar o bastante pra que consiga ser retribuído como quer. De não considerar só a sua opinião, de saber o que os outros pensam além de você. Uma vida em que nós não temos a felicidade em mãos, apenas fazemos de tudo pra achá-la para o nosso coração.

_ Você é perfeito então!?
_ Não sou, aliás nem quero ser.
_ Mas pelo jeito deve se achar tão perfeito quanto eu.
_ Eu não sou perfeito e nem quero ser, já você simplesmente vive nessa ilusão em que acha que é, pelo menos quando julga os outros.

Ana Carolina Sardo

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu avisei

    _Sabe aquele menino ali? Ele é muito estranho, nunca que eu vou falar com ele.
    _ Porque você acha isso? Que exagero, ele é igual a todos nós.
    _Ele sempre viaja, fica falando de coisas que são impossíveis, nunca pensa na realidade e nem fala com ninguém.
    _Será que ele não fala com ninguém, porque ele não quer? Ou porque as pessoas não dão chance pra ele conversar?
    _Ah! Sei lá, só sei que é um estranho. Não devia estar estudando na nossa sala.
    _Você devia parar com isso, ele é uma pessoa normal, você também, temos que aceitar as diferenças, por mais grandes que elas sejam.
    _Não venha me dar lição de moral, vou para casa, tchau! E não vá falar com ele, não se misture a esse tipo de gente.

Alguns minutos depois...

    _Hum, com licença, meu nome é John, eu queria saber se você pode me ajudar a pintar meu desenho que eu fiz sobre um labirinto ainda não descoberto no céu.
    _Hã? Que viajem, mas tudo bem, eu te ajudo.
    _Ah valeu! Sabe, eu até admiro você me ajudar, ultimamente me sinto muito sozinho, as pessoas não gostam de mim como sou, elas querem alguém perfeito, alguém popular e que pense só nesse mundo sem graça e nada mais que isso.
    _Hum, que pena...
    _Você não se sente assim?
    _Porque eu iria? Sou o mais popular da sala, eu e meu amigo temos todas as amizades que queremos, nunca vou me sentir sozinho.
    _Será mesmo? Que nunca se sentiu sozinho mesmo rodeado de tantas pessoas?
    _Pare com essa bobeira John, eu estou te ajudando, só isso, não quero conversar.
    _Mas sabe, desculpa me intrometer, só que vale mais não ter nenhum amigo ou poucos sinceros, do que ser rodeado assim como você, por tanta gente falsa. Você sabe que em todas as vezes que precisou de ajuda, nem seu melhor amigo te ajudou.
    _Pare já com isso! Olha, você termina de pintar, tenho que ir pra casa. Não fale assim dos meus amigos.
    _Ah! Não quer que eu vá com você? Eu vim de  bicicleta também!
    _Não quero, fique aí, tchau.

   No outro dia...

    _Ei, me desculpe pelas coisas que eu te falei ontem dos seus amigos, aliás você pinta muito bem e graças a você meu labirinto ficou muito bonito!
    _ Ah não da nada, deixa pra lá. (mostra o braço)
    _Meu deus, o que foi isso? O que aconteceu?
    _Não foi nada, é que enquanto eu ia pra casa, eu cai de minha bicicleta e machuquei feio o braço, peguei meu celular enquanto morria de dor, mas nenhum amigo meu podia me socorrer, se não fossem os moradores da rua em que eu estava não sei nem como estaria agora. Aliás, qual o número do seu celular mesmo?


Ana Carolina Sardo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Voar

  

   Quero voar como um pássaro, viver sem rumo, ultrapassar o que tanto as pessoas já tentaram e nunca conseguiram, e que apenas os pássaros são capazes. Ver tudo de uma só vez, as pessoas se movendo, as crianças correndo, sem ninguém perceber que está sendo observado. Sentir o vento tocar no rosto e saber que nada será capaz de me impedir de seguir em frente, voar quando simplesmente estou de saco cheio com a vida aqui na terra, quando estou cansados de olhar para as mesmas pessoas e fazer as mesmas coisas todos os dias. Assim vou poder observar os animais, perceber que a convivência entre eles, parece ser tão inteligente e ainda falam que os animais são irracionais. Ver que na vida, não nos movemos através de ofensas e críticas. Evitar conflitos e finalmente conseguir ver pessoas que realmente estão felizes, que não estão com sorrisos falsos, que realmente se importam e valorizam a vida ao menos naquele momento, o que nós devíamos fazer mas não conseguimos nunca.
       Eu quero voar, me sentir ao menos uma vez melhor que todos, poder me livrar das coisas e problemas tão facilmente que muitas vezes parece impossível. Encontrar um lugar onde eu consiga ficar isolado das pessoas perguntando se eu estou bem ou não, isolado principalmente das pessoas, que tanto machucam meus sentimentos. Ter um tempo só para mim, um lugar apenas com a interferência do meu respirar. Poder pensar calmamente enquanto admiro a beleza que o homem ainda não destruiu, como as nuvens e o céu, que por pouco ainda permanece azul e que infelizmente, logo pode acabar em cinza. Esse céu que me faz pensar nas coisas com cuidado, refletir sobre meus atos e me desligar da vida um pouco, principalmente dos meus problemas. E perceber que enquanto eu olho para esse céu lindo sorrindo, há também pessoas olhando para ele chorando e por grandes e muitas vezes cruéis motivos.
       Quero pousar ao alto de um poste, ver o que tanto não percebemos por apenas teimar em sempre olhar para frente. Perceber que na vida sempre tem um lado bom, independente da situação. Quero me sentir livre e poder sair para esfriar minha cabeça quando der vontade, poder conhecer pessoas de outros lugares para que eu não acabe me bitolando em apenas em um lugar, com as mesmas pessoas que parecem tão sinceras e no fundo não são nem um pouco. Quero aproveitar minha vida e o que ela e a natureza que tanto destruímos tem para nos dar, sentir a chuva escorrer sobre mim, enquanto estou a voar entre as nuvens, ignorando o medo de me molhar e ficar doente. Pousar em árvores, sentir o ar puro entre elas, voar como um pássaro em que tantas vezes fazermos questão de assustá-los. Valorizar essas poucas coisas, perceber o quanto posso ser feliz sem variáveis tecnologias. 
       Vou poder principalmente, passar o tempo perto de quem tanto gosto, receber um carinho, já que essa pessoa não sabe quem realmente sou e que pelo menos assim não terá preconceito contra um animal. Queria voar mesmo sem destino. Voar como ninguém e me sentir livre e pra isso não preciso ser um pássaro, nem ter asas, só preciso olhar além do que os outros querem, pensar que posso ser mais do que sou agora.

Em outras palavras, serei um pássaro imaginário. Apenas usando minha imaginação de forma diferente.

Ana Carolina Sardo


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

In your eyes


    _ Ei moça! Porque me olha desse jeito? Por acaso eu fiz alguma coisa pra você?
    _Ops, me desculpe, não foi por má intenção, posso estar sendo tola em falar isso mas me perdi na alegria dos seus olhos.
    _ Ã? O que você quer dizer com isso? Não estou entendendo.
    _ Ah, não faz mal. Só digo que a muito tempo não via alguém com um olhar como os seus. Olhar de alegria, um olhar que mesmo quando parecemos tristes, demonstram até mesmo algo contrário.
    _Com licença moça, você está bem? Meu olhar é normal, assim como o seu, um olho, como o de qualquer outra pessoa, acho que você está pensando coisas...
    _ Me desculpe se eu deixei você constrangida, mas me diga: você nunca percebeu apenas por um olhar, que alguém queria falar com você ou alguém que ficou envergonhado ao te ver? E quando simplesmente alguém que mesmo dizendo que está bem, quando você olha em seus olhos, você vê que essa pessoa estaria mentindo e observa aquela triste solidão nos seu olhos fazendo força pra que consiga segurar as lágrimas?
    _ É verdade, nunca imaginei por esse lado, normalmente ignoramos tanto isso que nem reparamos.
    _Sim e é por isso que eu te encarei desse jeito, você tem um olhar muito lindo, de alegria.
    _Haha, obrigado! Mas me diga então, porque estás com um olhar tão desanimado?
    _Aconteceram coisas desagradáveis na minha vida, e acho que é impossível esconder não é mesmo? Então, agora vou indo, me desculpe esbarrar em você desse jeito, estou atrasada, espero que continue sempre assim, a alegria em seus olhos animam até mesmo quem acabou de perder alguém na vida.
    _ Hm, vou indo também, só me prometa, na próxima vez que eu te ver, quero ver essa alegria aqui, não só  em mim e sim, em você.
    _ Tudo bem, prometo que vou tentar por mais difícil que seja.
    _ Então vá logo! E procure a alegria por trás de toda essa sua tristeza.


Ana Carolina Sardo

domingo, 5 de setembro de 2010

Viver, morrer

    Seria bom se soubéssemos como iríamos "morrer", pelo menos para saber se morreríamos dolorosamente, ou simplesmente calados, sem ao menos sentir dor.
    Seria bom, se tantas pessoas que precisam, soubessem "viver" para que ao menos, não acabassem fazendo como rotina todos o arrependimentos, de atos tantas vezes tomados, e tantas vezes não pensados.
    Todos nós desejamos a morte de alguém, ou pelo menos, já desejamos sem ao menos se tocarmos de que no fundo, não nos imaginamos sem essa tal pessoa.E desejamos principalmente a nossa própria morte, talvez, porque ainda não sabemos o quão ruim seria morrer, e não poder passar, todas as felicidades e até mesmo dificuldades que teríamos se estivéssemos vivos. Já que ninguém nunca morreu, e voltou para nos contar.
     Aí que a imaginação vai além do que geralmente pensamos, e se imaginássemos como seria morrer? Seria como dormir, em que, fecharíamos nossos olhos, e simplesmente nos desligaríamos da vida? Ou será que morrer seria algo ainda mais complicado?  E ainda mais impossível de se explicar, aliás, ninguém que tenha morrido, possa ter explicá-do em algum dia.
     Mais difícil de entender ainda, é que morrer, não temos como saber, mas viver, sim. Com tantas histórias contadas, e até mesmo pessoas que já viveram boa parte de suas vidas, tenha nos contado, continuamos fazendo muitas coisas erradas, por mais cruéis, e por mais conseqüências nos traga com o passar do tempo. E assim, muitas vezes, com esses passos tomados errados enquanto vivemos, chegamos ainda mais perto, para que morreremos, o que não temos noção, mas que quando estivermos perto, iríamos querer "voltar".
     E depois de tudo, chegamos a conclusão, de que pensando na morte, vamos apenas perder tempo de nossas vidas, porque nunca mudará em nada, querendo ou não, um dia morreremos, e nunca saberemos como, além de que, descobrir algo que podemos usar nossa tão valorizada imaginação, ficaria bem mais sem graça.

    Sabe, daqui em diante, só vou pensar em viver, cada dia mais e mais, até o dia, em que eu finalmente morrer.

Ana Carolina Sardo

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Aparência, amigos

     A aparência, que tantas vezes nos engana, e os amigos, que são nossos companheiros de tantas coisas, e durante a vida toda. 
     Aí que perguntamos, você fez seus amigos pela aparência, ou pelo o que você realmente vê neles? Com toda a certeza do mundo, a maior parte das pessoas que responderem, vão falar que foi pela segunda opção. Mas vejamos, quem é que gosta de ter um amigo feio? quem é que quer um amigo feio? É por esse motivo que tantas amizades são esquecidas tão rápidas. Não que não se possa ter amigos bonitos, mas não ignorar os outros, aliás quem sabe um dia eles não descontem tudo em você? E aí que vem a certa ignorância já do ser humano, de achar que conhece tal pessoa, apenas pela aparência. Tanto que sempre os mais bonitos, são sempre os mais rodeados de amigos, e chega até a você se sentir excluído, por não ser assim, mas quem sabe, os poucos amigos que você tem, são tão sinceros e verdadeiros, quanto as dezenas de amigos que eles tem?
      Como um rico, ver alguém mal vestido, e classificá-lo como um pobre que não tem ao menos o que comer, já o considerando um péssimo amigo. Mas e se ele for realmente um pobre? algum problema? Talvez ele poderá ser mais amigo, mais humano, do que muitos outros, que tem tantas condições financeiras. E provavelmente, ele terá mais amigos, que ao menos são amigos verdadeiros, quanto um rico que deve ter amigos por puro interesse, ou pelo menos a maioria.
    Já no começo da vida de todos, e sim, as crianças, que tantas vezes são ignoradas, por qualquer motivo, e até mesmo, por alguma doença, que ela nem ao menos tem culpa de tê-la, sofre tanto achando que os outros ao seu redor são muito superiores a ela. São poucas as pessoas que estendem suas mãos pra ser amigo de tal pessoa, são poucos, os que convivem com essas pessoas, sem julgá-las por seus defeitos, machucando-as não por fora, e sim por dentro. E são poucos os que acabam vendo, que essa pessoa que tantas vezes julgada como mau amigo, possa ser um dos seus únicos verdadeiros, e um dos únicos que sempre esteve com você, que mais te ajudou, ou pelo menos tentou e o que mais se preocupou.
    E na fase adulta, que todos vêem, que tudo aquilo, foi apenas burrice, e que chegando na metade da vida, daria tudo ou as vezes nada, pra voltar e tentar ajeitar tudo que fez de errado, de fazer amizade com todos os amigos que foram ignorados, que certamente, com o passar do tempo, se deram melhor do que quem fazia questão de querer se parecer superior a todos.


A aparência que sempre nos engana, e os amigos que muitas vezes nos abandona.

Ana Carolina Sardo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Escolhas

    Vida feita de escolhas, feita das suas, das nossas, e principalmente, feita da minha própria escolha. E agora, qual será ela?
     Quando pequeno, era tudo tão fácil, tão simples, com meras escolhas que boa parte eram feitas pelos pais, ou bem dizer quase todas, mas sempre por eles, ou se não pelo menos com o apoio deles. Mas e agora, o que eu faço? Estou crescendo, nada é mais como antes, tudo mudou: atitudes, formas de pensar,  minha família. Tudo ao meu redor e todos mudaram, o que por acaso não será diferente para qualquer outra pessoa. Mas agora estou sozinho, seguindo o rumo de minha vida, e minhas escolhas, o que fazer com elas?
    Tenho que saber, que elas irão mudar todo o sentido do que ainda virá, dependente do que escolherei. É muita responsabilidade para mim? Ou sou pouco para conseguir organizá-las?
    Pensarei bem antes, ou como todos dizem ser o certo, irei pelo o que o meu coração diz, mas e se eu não conseguir escutá-lo? E se eu não entende-lo, como todos me aconselharam? Acabarei tendo que fazer as escolhas erradas, que poderão serem ruins tanto para mim quanto para as pessoas que convivem ao meu redor? Ou elas poderão ainda serem melhores do que se eu fizesse questão de o ouvir?
    Meus pais não estão mais aqui, já que em algum dia, todos não estarão mais. E não podem decidir por mim, então terei que tomar uma decisão sozinho aliás, são tantas coisas: dúvidas, decisões, opções... É tudo tão complexo! Quero pedir ajuda, mas não quero que ninguém tome o rumo de minha vida, pois eu tenho que cuidar dela, todos temos só uma chance, para conseguir ser alguém na vida,  vou aproveitá-la. Terei que seguir em frente, como qualquer outra pessoa independente. Sim, pensarei... pensarei... pensarei muito! Esse é o jeito. E são essas escolhas, que formarão a minha vida daqui pra frente, uma sequer escolha mudará quaisquer segundos que logo se passarem.
    Sim! Eu acredito em mim, saberei o que fazer! Mas e se caso eu fizer alguma escolha errada, desistirei? Não, tenho que tentar.. Nem que tenha que fazer milhares de escolhas para achar a certa, tentarei, conseguirei, e um dia poderei dizer: "Tudo que agora possuo, foram por meros esforços sobre minhas escolhas, que um dia, me fizeram chegar até aqui, eu tentei, e te provei, que consigo apenas insistindo. Essa é a palavra chave, tentar, por mais difícil que seja, e pela quantidade de escolhas que terão que ser feitas"

Vida, agora vai ser assim, daqui por diante eu tomarei conta de mim!

Ana Carolina Sardo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ignorância

    Alguém sem sabedoria? Alguém com falta de conhecimento? Ou simplesmente, aquele alguém? Certas pessoas acham que falar mal dos outros sem ter a noção de que um dia (mesmo não sendo próximo) irão arcar com as conseqüências é motivo pra se considerar melhor que os mesmos. Não, isso é motivo pra ser considerada uma pessoa ignorante, que nem ao menos liga para como e o quanto irá afetar a quem será dita todas as ofensas. O engraçado é que, todos que cometem esses erros, acabam se arrependendo depois, pois foi apenas mais um ato de infantilidade que chega a ser considerável até certo ponto.
    Aí nos perguntamos: "então, quando que irão parar?" Acho que quando se encontrarem, (que isso aconteça logo) com alguém certamente bem mais ignorante que essas tais pessoas, e acabar fazendo boa parte das coisas que elas fazem, mesmo não sendo por ma (ou sendo), com elas mesmas.
  

"Mas não seria legal desejar que o que aconteceu comigo, que acontecesse com essa pessoa."
            E desde quando ela querer que acontecesse com você, foi algo legal?

Ana Carolina Sardo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pai e mãe



    Em quem mais confiamos, em quem mais acreditamos e quem mais precisamos.

    Pai, aquele que sempre perdeu seu tempo, pra contar histórias para dormir, mesmo tendo que ficar horas e horas, até ser obrigado a inventar histórias que nunca tinha ouvido, só pra ver seu filho dormir bem.  Mãe aquela, que independente de quão "caro" seja ter um filho, acaba fazendo de tudo pra pagar qualquer coisa pra que consiga ver ele feliz, ou apenas com um sorriso em seu rosto.  Pai, aquele que te ajuda na maioria das vezes, quando é pra trabalhos e coisas do tipo, e que mesmo não sabendo, acaba correndo atrás de respostas, junto com você. Mãe, aquela que, sempre pede sua ajuda, tanto em casa, como nos estudos, mas que quase nunca obedecemos, mesmo assim, ela sempre acaba fazendo o que era nosso dever. Pai, aquele, que sempre quer passar aventuras com você, que sempre quer estar perto de você, saber até onde você pisa, e como pisa. Mãe, aquela que morre de medo que seu filho passe as coisas ruins que ela passou, que quer que seu filho seja livre, mas claro, com limitações. Pai, aquele que sempre morre de ciúmes, independente de quanto seja sua confiança sobre você. Mãe, aquela que adora te encher de roupas, e sempre quer te vestir do gosto dela, mas que em algumas vezes você acaba não gostando. Pai, aquele que sempre quer comprar as coisas mais baratas possíveis, que sempre quer economizar o máximo e até o último centavo. Mãe, aquela  que sempre acaba convencendo o Pai, e que muitas vezes acabam chegando na discussão, mas sempre juntos, querendo o melhor pra seu filho.

Pai que muitas vezes é tão mãe quanto ela mesma. E mãe, que é tão pai quanto ele mesmo. E filho, que tantas vezes, é tão pai quanto mãe, e acaba surpreendendo eles mesmos. São tudo, o amor entre si sempre será inigualável. E todas as coisas que vierem de você serão as dos pais apenas entre aspas, pois você aprendeu tudo com eles, e é como eles, pais, que vocês irão querer ser, e se possível, ainda melhor. Mesmo quando não poderão mais estarem aqui, para por a ordem na casa, mas sempre irão estar para por a ordem no seu  coração. 


Pai, mãe meus melhores amigos, simples assim.

Ana Carolina Sardo

Desculpa, Te amo


    Palavra tantas vezes usada, e tantas vezes não valorizada. Será que em todas as vezes que falamos tais palavras, estaríamos sendo sinceros com nós mesmos? Pelo menos em uma das milhares vezes que falamos durante toda vida, ou apenas durante um mês, estaríamos sendo verdadeiros? 
    Desculpa, usada tantas vezes quando acabamos nos arrependendo dos nossos atos. Mas será que é preciso usá-la tantas vezes? Ou será que não temos outra forma de nos desculparmos, além de meras palavras? Ou ainda não aprendemos certamente, como nos virarmos diante de tantas coisas feitas erradas?
    Te amo, pra demonstrar o tanto de afeto que você tem a tal pessoa. Mas será que um simples te amo, sendo uma palavra tão forte, seria exatamente pra essa pessoa? Ou seria verdadeiramente dita a essa pessoa? Ou até mesmo fala isso porque seria bem mais fácil escrever um te amo, mesmo sabendo que um simples "gosto de você",  ja seria muito.
   Antigamente, não era comum dizer "te amo" a qualquer pessoa assim, as pessoas valorizavam muito, é por essas e outras, que os casais que ainda formados naquela época, duram até hoje, e atualmente, um ano é muito.

    Me desculpa por todas aquelas vezes que eu disse pra você te amo? Agora eu vejo que, na maioria das vezes acabei mentindo, e machucando tanto a mim quanto a você.

Ana Carolina Sardo

domingo, 22 de agosto de 2010

O que fazer?


    Quando achamos que não nos interessa mais a "vida", que o motivo de você ainda viver é pra que consiga fazer os outros felizes e se lamenta tanto quando sabe que não consegue fazer nem isso, ou ao menos, fazer tanto quanto queria? O que fazer, quando não sabemos mais como agir diante de tantas coisas ruins, que parecem acontecer todas em um exato e pior momento e com esse medo que tantas vezes nos corrói e não nos permite aproveitar nem ao menos um terço do que merecíamos?

    O que fazer, quando consideramos tanto certas pessoas, e temos esperanças de que elas nos considera pelo menos um pouco, e você descobre que nem sempre é assim? Pelo menos na maioria das vezes, e quando descobrimos que a vida nunca foi tão fácil, que mesmo ninguém falando que viver seria tão simples assim, temos esperanças de que com vontade conseguimos tudo, mas a pergunta é, onde está toda essa vontade?

    O que fazer, quando ignoramos certas pessoas, pra que elas entendam o que estamos sentindo, e elas acabam não reagindo do jeito que queríamos? E quando o orgulho nos consome, e tentamos deixar de escorrer miseráveis lágrimas, mas acaba sendo inevitável?
    Aliás o que faríamos? Se a na vida não houvesse tantas dúvidas?

Não faríamos nada, apenas a esperaríamos acontecer, pois assim já estaria com um ponto final. Não é isso que eu quero.

Ana Carolina Sardo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Melhor amigo

                Aquela pessoa, em que você mais confia, mesmo com a interferência de pessoas que não estão a favor dessa amizade. A pessoa, que independente da situação em que você esteja, está ali, nem que seja quieto e calado no seu canto, imperceptível, mas está, te observando, de certa forma, para que não fuja do controle, e acabe fazendo algo de errado. Aquela pessoa, que te fala, mesmo sendo difícil de aceitar, todas as coisas que ela acha que está acontecendo de errado entre a amizade, pra que você mude, não só como melhor amigo, mas como pessoa. Aquele, em que, ao ver que você está mal, mesmo não sendo por saúde, até mesmo pela forma de como você fala, já se preocupa, perguntando várias vezes, o que aconteceu, e que mesmo você negando, ele insiste, porque sabe que há algo de errado com você.
                Que te entende, todas as vezes em que você tenta se explicar, se abrir, e mesmo não querendo ouvir, no final, esse amigo sempre estará de braços abertos pra você, pra o que der e vier, nem que seja  um abraço silencioso, com um simples suspiro, ou até mesmo um abraço, seguido de um pequeno "tudo vai dar certo". Aquela pessoa, em que você mesmo ao contar todos os seus segredos, você se sente bem, por ela dar sua opinião, e prometer não contar a ninguém.
                Mesmo tantas vezes, tendo traições, independentes de quantas, vocês continuam com uma grande amizade, pois a cada coisa dita, ou feita errada, a amizade falou mais forte, e uma simples, curta e direta explicação, já bastou. É por essas e outras, que nos piores momentos, em que você acha que a única solução é chorar, talvez o nosso único caminho, seja correr nos braços do melhor amigo.

 Ana Carolina Sardo