Ainda não tinha descoberto o sofrimento de verdade, ou o amor tantas vezes necessário nessa vida, eu era apenas uma pessoa pequena, com uma enorme felicidade. Era tão legal ver meus amigos, brincar com bonecos e até mesmo de boneca sem que fosse julgada. A cada dia em que se comemorava presenteando as pessoas, pedia os brinquedos mais legais aos meus pais, as bonecas mais fofas ou os carrinhos mais modernos para colecioná-los.
Ter milhares de ursos e cada um com um nome diferente, conversar com o urso considerando ele uma pessoa real, fazendo assim com que eu nunca me sentisse sozinha e sem que alguém acabe tirando sarro. Brincar de casinha, de professora, de veterinária, de lojinha, de médica e várias outras coisas em que a imaginação não teria limite. Assistir aos desenhos animados e sempre escolher algum personagem para eu e cada amiga fingir que fazia parte desse desenho.
Sentir medo do escuro, ouvir histórias pra dormir, se impressionar com desenhos tão bobos, rir com coisas mínimas, mas sempre rir, sempre sorrir. Não me importar com que os outros achavam. Ser feliz, por saber só o lado bom da vida, não ter rotina onde a cada dia eu encontrava algo novo e diferente, a cada sorriso meu eu era admirada e a cada dente de leite arrancado eu era elogiada. Mas infelizmente nada é pra sempre como aprendemos nos contos de fadas.
Só uma doce lembrança, de quando eu era apenas uma inocente e pequena criança.
Ana Carolina Sardo
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